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domingo, 11 de janeiro de 2015

Herdade das Servas | Novos Vinhos e Restaurante 2014


Há algumas semanas atrás (a minha crónica falta de tempo para escrever impediu-me de o fazer mais cedo), a convite do produtor, visitei a Herdade das Servas juntamente com representantes da comunidade da blogosfera e imprensa generalista e especializada, nomeadamente a Revista de Vinhos. O objectivo era dar a conhecer os novos vinhos e apresentar o Restaurante Herdade das Servas, a funcionar em novos moldes desde Setembro de 2014, agora quotidianamente. A receber-nos estavam os proprietários Luís e Carlos Mira, o enólogo Tiago Garcia e o comercial Artur Diogo. Do restaurante, Paulo Baía (arrendatário do espaço e Chefe de Sala) e Maria da Fé Baía (Chefe de Cozinha), ambos provenientes do conhecido Restaurante São Rosas.
Houve lugar a um breve enquadramento do projecto Herdade das Servas e de aspectos ligados à viticultura, nomeadamente sobre as vicissitudes da vindima de 2014. A programada visita à vinha foi inviabilizada por causa dos humores de S. Pedro. A conversa inicial foi acompanhada pelo Herdade das Servas Colheita seleccionada Branco 2013 e, ao almoço, foram provadas novas colheitas de tintos. Aqui ficam as minhas notas:

Herdade das Servas Colheita seleccionada Branco 2013



Com Roupeiro (30%), Alvarinho (30%), Viognier (20%) e Verdelho (20%). Apresentou-se com uma cor mais carregada que a maioria dos brancos jovens (“culpa” das vinhas velhas de Roupeiro) e com notas cítricas perfumadas com algum floral no nariz. Na boca revelou boa estrutura e equilíbrio, com sensações minerais, boa acidez e envolvimento. É sempre uma aposta segura. PVP a rondar os 7 €.

Herdade das Servas Alicante Bouschet Reserva tinto 2011


Alicante Bouschet extreme, teve direito a barrica francesa (80%) e americana (20%). Apresentou-se com uma cor média-escura e um nariz agradável e sóbrio com notas vegetais, fruta compotada e apontamentos apimentados. Na boca surgiu com alguma robustez, bom volume, equilíbrio e envolvimento, com final a demonstrar garra tânica e a revelar algumas notas achocolatadas. Acompanhou uma sopa de tomate à alentejana, com os tradicionais enchidos, mas o diálogo não foi o mais harmonioso dado que a acidez do tomate é algo impositiva. PVP a rondar os 15 €.

Herdade das Servas Reserva tinto 2011



Com Alicante Bouschet (40%), Touriga Nacional (20%), Petit Verdot (20%) e Aragonez (20%), descansou 14 meses em barricas de carvalho francês (70 %) e americano (30 %). Quanto à cor, surgiu carregada no copo, com uma intensidade aromática significativa, complexo e a denotar as terras alentejanas de onde provém. Na boca mostrou-se encorpado e volumoso mas, ao mesmo tempo, com elegância digna de registo, passeando veludo, frescura, especiarias, apontamentos de cacau e com final longo e saboroso. Um vinho superior. Acompanhou um Cação de Coentrada (ligação razoável) e Borrego Assado no Forno (aqui sim, brilhou bem alto). PVP a rondar os 18 €.

Vinhão/Sousão 2011
Resultado das experiências que o produtor vai fazendo com algumas castas menos habituais na região. A cor é a típica da casta. No nariz revela muita fruta e anuncia frescura. Na boca revelou-se com acidez elevada que leva (e lava) quase tudo o resto consigo tornando a prova um pouco difícil. Acompanhou um Bolinho de Chocolate mas a ligação, decididamente, não funciona. Impunha-se talvez um licoroso para a sobremesa.


O balanço da visita foi, como habitualmente, bastante bom. Realce para o bom serviço do restaurante (preço dos vinhos à mesa a rever) e para a simpatia de todos quanto acompanharam a visita, com um agradecimento especial aos irmãos Mira pela oportunidade que me deram de participar nesta jornada.




quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Visita à Herdade das Servas 2011

No dia 20 de Janeiro tive oportunidade de visitar a Herdade das Servas, a convite do Director Comercial Artur Diogo. O objectivo principal da visita era mostrar o potencial de envelhecimento dos vinhos da casta Touriga Nacional na Herdade das Servas e demonstrar o seu sentido gastronómico em diferentes estados de envelhecimento, por harmonização com pratos confeccionados pelo conhecido Chef Audusto Gemelli.
Saída de autocarro de Lisboa às 9:30h com companhia enófila (essencialmente jornalistas e bloggers; cerca de 30 pessoas) e chegada à Herdade cerca das 12h. Na recepção fomos brindados com tapas alentejanas regadas com Monte das Servas Colheita Seleccionada 2009. Seguiu-se uma visita à adega e à cave tendo os administradores Carlos e Luis Mira e o enólogo Tiago Garcia como cicerones. Chegados à hora de almoço, fomos brindados com uma prova vertical dos vinhos Herdade das Servas Touriga Nacional 2003, 2004, 2005 e 2006 harmonizados com pratos especialmente criados pelo Chef Augusto Gemelli.

O almoço correu muito bem, iniciando-se com uma introdução pelo Chef a explicar o que norteou a sua escolha dos pratos para os vinhos em prova, continuando com boa conversa à mesa e terminando com o estômago e espírito reconfortados. O regresso ocorreu por volta das 18h com a sensação de um dia muito bem passado.
Os meus parabéns a toda a equipa que idealizou o evento e acompanhou os visitantes, em especial à Joana Pratas que esteve presente do princípio ao fim da viagem. Os meus agradecimentos pelo convite formulado e o desejo de continuação do muito bom e sério trabalho que se nota estar a ser feito na Herdade das Servas. Sobre os líquidos e sólidos provados, eis os meus breves comentários:

Monte das Servas Colheita Seleccionada 2009
Acompanhou as tapas alentejanas (pão, enchidos, queijo).
Fiquei bem impressionado com o vinho, com aromas de fruta branca e tropicais intensos revelando muito boa complexidade. Boca muito elegante, volumosa e final bastante persistente, aguentará com certeza pratos com alguma substância. Um reparo para o rótulo do vinho (que comprei): refere temperatura de consumo 16/18 ºC o que é com certeza uma gralha…

Herdade das Servas Touriga Nacional 2003

Acompanhou um “carpaccio” de espadarte marinado sobre creme de grão-de-bico ao cominho, tomatinhos no forno e azeite de rúcola.
Para mim, o melhor vinho do dia vestiu-se de roupa ainda carregada e apresentou-se com nariz especiado, muitos fumados, chocolate preto, algum perfume floral e boca excelente, volumosa, elegante e acidez a prolongar muito o final. Deste vale a pena beber muito e com boa companhia. Comportou-se lindamente no copo ao longo das cerca de 2h de refeição. Apesar da harmonia um pouco arriscada com o prato, surpreendentemente (ou talvez não) funcionou muito bem. Nota alta também para o prato.

Herdade das Servas Touriga Nacional 2004
Acompanhou um polvo caramelizado e “fumado” em cama de "pappa" de tomate e hortelã, perfume de trufa branca.
Um vinho na linha do 2003 mas com cor claramente mais marcada pelo tempo e um nariz um pouco menos complexo. Boa a harmonização com o prato servido.

Herdade das Servas Touriga Nacional 2005
Acompanhou um “ravioli” de massa de espinafres recheados com farinheira de presunto e azeitona, espelho de "pesto" de manjericão e queijo Pecorino jovem.
Estivemos na presença de um vinho com cor opaca e ainda com certa juventude, mais circunspecto de aromas mas cuja boca se mostrou cheia e vigorosa a dizer que, para os apreciadores de vinhos mais harmonizados, há que esperar ainda por ele. O estilo robusto do vinho aguentou bem o prato proposto.

Herdade das Servas Touriga Nacional 2006
Acompanhou um lombinho de Porco corado na salva com "risotto" de barriga fumada, batata nova e alecrim.
Um vinho na linha do 2005, ainda relativamente fechado mas em que se notam mais as notas florais típicas da casta. O estilo é de grande concentração na boca, com os taninos a dar um ar da sua graça, boa acidez, potente mas bebível desde já para quem gosta de vinhos mais possantes. Boa aposta para a harmonização pretendida se bem que, para mim, foi o prato menos conseguido.

Herdade das Servas Touriga Nacional 2008
Um bónus, ainda não está no mercado. Cor violeta que não deixará ninguém indiferente. Como seria de esperar, está muito jovem apresentando um nariz inebriante a flores e fruta vermelha muito madura. A boca dança o tango com o nariz, num registo guloso e muito prometedor (se se aguentar esperar por ele…).

Licoroso Herdade das Servas
Acompanhou um “bolinho” de maçã e caril com molho de caramelo e chocolate branco. Muito bom o bolo. O vinho é para consumo interno da família. Não aspira a mais nem esse é, com certeza, o propósito da família que gere a Herdade.