Há algumas semanas atrás (a minha crónica falta de tempo para escrever impediu-me de o fazer mais cedo), a convite do produtor, visitei a Herdade das Servas juntamente com representantes da comunidade da blogosfera e imprensa generalista e especializada, nomeadamente a Revista de Vinhos. O objectivo era dar a conhecer os novos vinhos e apresentar o Restaurante Herdade das Servas, a funcionar em novos moldes desde Setembro de 2014, agora quotidianamente. A receber-nos estavam os proprietários Luís e Carlos Mira, o enólogo Tiago Garcia e o comercial Artur Diogo. Do restaurante, Paulo Baía (arrendatário do espaço e Chefe de Sala) e Maria da Fé Baía (Chefe de Cozinha), ambos provenientes do conhecido Restaurante São Rosas.
Houve lugar a um breve enquadramento
do projecto Herdade das Servas e de aspectos ligados à viticultura,
nomeadamente sobre as vicissitudes da vindima de 2014. A programada visita à
vinha foi inviabilizada por causa dos humores de S. Pedro. A conversa inicial
foi acompanhada pelo Herdade das Servas Colheita seleccionada Branco 2013 e, ao
almoço, foram provadas novas colheitas de tintos. Aqui ficam as minhas notas:
Com Roupeiro (30%), Alvarinho (30%),
Viognier (20%) e Verdelho (20%). Apresentou-se com uma cor mais carregada que a
maioria dos brancos jovens (“culpa” das vinhas velhas de Roupeiro) e com notas
cítricas perfumadas com algum floral no nariz. Na boca revelou boa estrutura e
equilíbrio, com sensações minerais, boa acidez e envolvimento. É sempre uma
aposta segura. PVP a rondar os 7 €.
Herdade das Servas Alicante Bouschet Reserva tinto 2011
Alicante Bouschet extreme, teve direito a barrica francesa (80%) e americana (20%). Apresentou-se com uma cor média-escura e um nariz agradável e sóbrio com notas vegetais, fruta compotada e apontamentos apimentados. Na boca surgiu com alguma robustez, bom volume, equilíbrio e envolvimento, com final a demonstrar garra tânica e a revelar algumas notas achocolatadas. Acompanhou uma sopa de tomate à alentejana, com os tradicionais enchidos, mas o diálogo não foi o mais harmonioso dado que a acidez do tomate é algo impositiva. PVP a rondar os 15 €.
Herdade das Servas Reserva tinto 2011
Com Alicante Bouschet (40%), Touriga Nacional (20%), Petit Verdot (20%) e Aragonez (20%), descansou 14 meses em barricas de carvalho francês (70 %) e americano (30 %). Quanto à cor, surgiu carregada no copo, com uma intensidade aromática significativa, complexo e a denotar as terras alentejanas de onde provém. Na boca mostrou-se encorpado e volumoso mas, ao mesmo tempo, com elegância digna de registo, passeando veludo, frescura, especiarias, apontamentos de cacau e com final longo e saboroso. Um vinho superior. Acompanhou um Cação de Coentrada (ligação razoável) e Borrego Assado no Forno (aqui sim, brilhou bem alto). PVP a rondar os 18 €.
Vinhão/Sousão 2011
Resultado das experiências que o
produtor vai fazendo com algumas castas menos habituais na região. A cor é a
típica da casta. No nariz revela muita fruta e anuncia frescura. Na boca
revelou-se com acidez elevada que leva (e lava) quase tudo o resto consigo tornando
a prova um pouco difícil. Acompanhou um Bolinho de Chocolate mas a ligação,
decididamente, não funciona. Impunha-se talvez um licoroso para a sobremesa.
Muito bom artigo.
ResponderEliminarA Herdade das Servas estão sempre a inovar.
Herdade das Servas Reserva