A notícia surgiu há dias aqui. Os taxistas com praça no Aeroporto Francisco Sá
Carneiro receberam formação em vinho do Porto. A formação incidiu sobre os
vinhos, a região, a ligação do vinho do Porto à cidade, as sugestões de
harmonização, entre outras informações elementares. A acção inseriu-se no
projeto "Welcome by taxi" liderado pelo Turismo de Portugal.
Mais algumas formações deste tipo, agora sobre outros tipos de vinhos, e é provável que possam acontecer diálogos como o que exponho a seguir. (Notas: as palavras do turista foram traduzidas para português -antes do acordo ortográfico-; as palavras do taxista deverão ser obrigatoriamente lidas com sotaque marcadamente do norte; foram omitidos 26 "caragos" para uma melhor leitura do texto).
Mais algumas formações deste tipo, agora sobre outros tipos de vinhos, e é provável que possam acontecer diálogos como o que exponho a seguir. (Notas: as palavras do turista foram traduzidas para português -antes do acordo ortográfico-; as palavras do taxista deverão ser obrigatoriamente lidas com sotaque marcadamente do norte; foram omitidos 26 "caragos" para uma melhor leitura do texto).
Aeroporto Sá Carneiro, praça de
táxis. Um turista (Tur) inglês entra num táxi e cumprimenta o taxista (Tax).
Tur- Boa tarde.
Tax- Boa tarde. Para onde?
Tur- Hotel Descanso em Paz (nome fictício).
Tax- De onde vem?
Tur- Londres.
(Silêncio… Claramente a precisar de um desbloqueador de conversa... Cá vem ele...)
Tur- Bonita cidade, a do Porto… Pode
aconselhar-me um restaurante na cidade para jantar?
Tax- Com certeza. Aconselho-lhe o
Como em Paz (nome fictício), com vista para o Douro. Posso levá-lo lá, depois de passar pelo hotel.
Tur- Óptimo! E o que aconselha para
comer?
Tax- Pode começar por um Kataifi
de camarão com molho de coentros e lima para o qual sugiro o Boa Pinga 2011 (nome fictício) branco do Douro
fermentado em madeira e estagiado 3 meses em barricas de carvalho francês
Ailler. O vinho apresenta aromas de maçã verde e ligeiro amanteigado da madeira
cuja estrutura contrasta com o sabor delicado do camarão e a acidez da lima. Sugiro
também um Foie Gras trufado para o qual sugiro um Tardio (nome fictício) Colheita Tardia 2009. A textura e sabor do fígado do
ganso harmonizam eficazmente com o binómio doçura/acidez do vinho. A seguir, um
magret de pato salteado acompanhado de um risotto de cogumelos com courgettes e
pinhões. Para este prato sugiro o vinho tinto do Douro Tintoreira (nome fictício) Reserva 2007. Este é um
vinho rubi com leve evolução cromática, com aromas florais, frutos silvestres e
nuances de bosque com muita elegância e suaves taninos que harmonizam com a
finura do prato. Para sobremesa, um fondant de caramelo acompanhado de frutos
de bosque e gelado de baunilha aromatizado com hortelã. Para acompanhar, um
Vinho do Porto Bótima (nome menos fictício)
Tawny 10 anos em que o misto de fruta madura, frutos secos e insinuações de
especiarias que apresenta no aroma e na boca liga magistralmente com os frutos
silvestres da sobremesa, o gelado e o caramelo. Se gostar de fumar um bom charuto não perca um Paralá de Bom (nome fictício) Porto Vintage 1966.
Tur- (!!!)
(Pausa). O turista ficou impressionado com a cultura enogastronómica do taxista e, após meditar um pouco:
Tur- Onde posso
encontrar um trolha?
Tax- (?!?)
Tur- É que preciso de um especialista em arte contemporânea para me acompanhar na visita ao Museu de Serralves...
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